A
saudade acaba
A saudade acaba. Às vezes. Num dia ensolarado
e de calor que esquenta os corações apaixonados, a saudade vai, e junto com
quem chega, vem aquele gostinho de satisfação, desfaz o nó que antes havia sido
feito no coração. Agora, as lágrimas da escuridão se vão, tudo cresce mais uma
vez. No verão.
A saudade
acaba. Às vezes. Numa noite fria do inverno que congela, lá vem ela, a que leva
o sono embora, e traz de volta a imensidão. Ou não.
A saudade
acaba. Às vezes. Numa tarde laranja de outono, escorre a lágrima que um dia
aqueceu e hoje lamentou. As folhas vão, ela vem, cheia, graciosa, enche os
olhos da agua que embaça a visão, então, aquele vago pensamento da perda que
agora já não é mais nova, chega. Em completo vão.
A saudade acaba.
Às vezes. Numa madrugada fresca de primavera, a noite clara, estrelas, floresce
o pensamento de confusão da menina. Paixão, ódio, amor, vida, morte, superação.
Menina que do sono temia. A saudade sai de fininho, triste por sua rejeição, e
abre um sorriso no rosto da menina, então.
Esta crônica ficou ótima, lírica, lembra um pouco o estilo de "Menino Antônio", mas esta ficou ainda melhor pois você brincou com a sonoridade das palavras e dos ritmos. E, para quem se identifica mais com o estilo cômico e "mais fácil" de Antonio Prata, você lembra mais Paulo Mendes Campos. Parabéns pelo trabalho.
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